terça-feira, 6 de março de 2007

Tia Chica e o Teatro 13 de Maio


A história do Teatro Treze de Maio é, no mínimo, um pouco mística. Descobri, pesquisando no Arquivo Municipal, a interessante história do Teatro e decidi postar no aqui. Começa assim.

Os índios vindos das Missões trouxeram para cá um forte sentimento religioso advindo das instruções da Companhia de Jesus. Construíram a Capela dos Índios onde hoje é o Hospital de Caridade e veneravam Nosso Senhor dos Passos. Quando era Semana Santa, a cerimônia religiosa que realizavam atraía todos os habitantes do povoamento de Santa Maria. Em 1808, a capela foi levantada na Praça Saldanha Marinho (que ainda não tinha esse nome, era Praça da Igreja) onde hoje é o Teatro Treze de Maio e media apenas 50 palmos de frente por 130 de fundo. A capela tinha uma zeladora, a Tia Chica, descendente de missionária, neta de alemão nato que ficou lá entre 1860/1870. Ela era muito apegada a uma imagem da cabeça de Cristo sangrando sob os espinhos da coroa, que guardava com muito zelo enrolada em um pano estampado de seda. Esse artigo religioso só era exposto na Semana Santa e, por isso, os santa-marienses da época faziam romarias carregando velas até a Igrejinha dos Índios. Era uma tradição que durou até a guerra do Paraguai.

Em 1888, a Igrejinha com 80 anos de existência foi demolida. João Daudt Filho comprou os materiais restantes e usou na construção do Teatro, finalizada em 1889. Em 1911 funcionou no seu primeiro pavimento o Jornal do Interior e dois anos depois a edificação foi comprada pela prefeitura. O lugar onde hoje é o teatro já foi Biblioteca Pública e Centro Cultural. Em 1992, o prefeito Evandro Behr restaurou e adaptou o teatro à modernidade, criando um fosso para orquestra, um palco, espaço para 200 pessoas sentadas na platéia, um grande sistema de ar-condicionado e fez um subsolo onde funcionam oficinas de teatro.

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